Centro de Educação Infantil | |||||||
Rua
Sinke Ferreira, 131 - Jardim das Américas Curitiba, PR - Fone/FAX: (41) 3266-2925 e-mail: [email protected] |
|
|
BRINCADEIRAS NA INFÂNCIA E A CAPACITAÇÃO DO PROFESSOR.
Contribuição das Prof. Gisele e Flavia.
Texto 1
A atividade da criança na idade pré-escolar
Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima |
Para quem trabalha com educação infantil, é claro que a brincadeira é uma fonte de prazer no dia-a-dia das crianças. Mas o brincar também tem outras importantes funções no desenvolvimento infantil. |
Brincar é uma atividade universal, encontrada nos vários grupos humanos, em diferentes períodos históricos e estágios de desenvolvimento econômico. Evidentemente, as várias modalidades lúdicas não existem em todas as épocas e também não permanecem imutáveis através dos tempos. Como toda atividade humana, o brincar se constitui na interação de vários fatores que marcam determinado momento histórico sendo transformado pela própria ação dos indivíduos e por suas produções culturais e tecnológicas. Os jogos e as brincadeiras são assim transformados continuamente."
"A criança brinca para conhecer-se a si própria e aos outros em suas relações recíprocas, para aprender as normas sociais de comportamento, os hábitos determinados pela cultura; para conhecer os objetos em seu contexto, ou seja, o uso cultural dos objetos; para desenvolver a linguagem e a narrativa; para trabalhar com o imaginário; para conhecer os eventos e fenômenos que ocorrem a sua volta."
"A realização de jogos e brincadeiras na primeira infância envolve naturalmente o movimento, que vai dominar como componente, pois através dele a criança se coloca no meio, inteirando-se com os objetos, com as pessoas, explorando seu próprio corpo, o espaço físico. Uma das funções da brincadeira é permitir à criança o exercício do movimento.(...) O movimento tem, assim, relevância destacada na infância, pois ele serve para a criança se relacionar com o outro, explorar o espaço - situando-se nele - , bem como os objetos e o próprio corpo."
Texto 2
A capacitação do professor e a questão da língua escrita na pré-escola
Teresa Cristina R. Rego |
Psicogênese da língua escrita é uma nova possibilidade de abordar a questão do ensino/aprendizagem da linguagem escrita, cujo conceito ainda não foi completamente assimilado por alguns profissionais do ensino. |
Tradicionalmente, a maior parte dos trabalhos desenvolvidos na Pré-escola no tocante à alfabetização inspirava-se na idéia de prontidão. (...) A partir de uma série de pesquisas e estudos realizados, e pela comprovação de sua ineficácia, a prontidão começou a receber severas críticas, principalmente pelo fato de que, nesta metodologia, as crianças ficavam sujeitas a uma série de propostas repetitivas, descontextualizadas, mecânicas e desmotivadoras - e, o que é pior, privadas de contato com o código escrito."
"Na década de 80 começaram a ser divulgadas no Brasil as pesquisas de Emilia FERREIRO e Ana TEBEROSKY... O resultado destes trabalhos vem tendo uma enorme repercussão na América Latina e, especialmente, no Brasil.(...) No entanto, parece que, neste momento oportuno para se rever os métodos tradicionais de alfabetização, incorremos no risco de tratar os conhecimentos das investigações e pesquisas de forma equivocada e superficial, usando-as até mesmo como a panacéia de todos os males, ou como um modismo que em breve poderá ser substituído."
"Temos a impressão de que historicamente existe uma substituição de rótulos sem uma mudança conceitual concomitante. Em vez de se tomarem os estudos das pesquisadoras como instrumento de entendimento da evolução das produções infantis, para a partir daí poder avançar, muitas vezes eles têm servido apenas como meio de se constatarem os níveis das crianças. (...) Nesta perspectiva, é urgente a necessidade de pensarmos no tempo de assimilação e embasamento concedido aos elementos envolvidos na prática educativa diária, pois o que está em jogo não é o aprendizado de um novo método. E este problema está diretamente relacionado à capacitação docente."
"O problema da capacitação do professor é bastante complexo (o que confirma a tese de que o educador é uma síntese de múltiplas determinações), pois o que ele envolve não são apenas as instâncias formais (e prévias) de formação do profissional (normalmente bastante deficitárias), mas também as próprias oportunidades de reflexões de sua prática e, principalmente, a experiência (que quase sempre serve como modelo) que tiveram como alunos, quando aprenderam a ler e a escrever."
"Esta busca de alternativas é necessária e urgente porque aprender a ler e a escrever numa sociedade letrada significa apropriar-se de um valioso instrumento de informação e poder que permite a participação na coletividade e o exercício pleno da cidadania."