A leitura, que antes era vista, pela maioria, apenas como um mecanismo de transição de conhecimentos históricos e/ou experiências registradas, hoje vem demonstrando na sociedade o importante papel que assume no desenvolvimento global do indivíduo, pois este, como leitor, encontra na leitura não só conhecimento, mas sim satisfação, prazer, conflito, respostas, fuga, aprimoramento, opiniões, enfim, toda amplitude de possibilidades que esta possa lhe oferecer. 

Para definir o leitor, faço minhas as palavras de Naief Safady ,em Ezequiel Theodoro,2000.p 44.

“( . . .) o leitor é aquele que está em constante conflito com o texto, conflito representado por uma ânsia incontida de compreender, de concordar, de discordar, conflito enfim, onde quem lê não somente capta o objeto da leitura como transmite ao texto lido as cargas de sua experiência humana e intelectual.”

Todas as crianças possuem um potencial funcional para ler o mundo, o que difere são os estímulos e as relações que ela faz com o meio em que se desenvolve.

A instituição escolar por já conceber o livro como um instrumento indissociável de sua prática educacional, tem maiores possibilidades de criar um ambiente estimulador e assim envolver o aluno nas mais variadas situações de leitura em todos os seus níveis de desenvolvimento. No entanto se esta for uma realidade somente de ambito escolar, a criança corre o risco de associar a leitura apenas como “tarefa” escolar, perdendo assim toda a amplitude do ato de ler.

Se retomarmos o processo de socialização do indivíduo teremos que a família é a primeira instituição social da qual ele pertence, contudo, é natural que ele siga seus exemplos e realize ações dentro do que observa significativo para este meio. Dados os fatos, no que diz respeito à leitura, é necessario que o futuro leitor seja acolhido num ambiente potencialmente significativo em termos de livros, leitor e leitura. Mais especificamente ainda, que haja modelos e exemplos de leitura, para que a criança possa perceber e assimilar o valor e a função deste ato e então, movida pela curiosidade, pela identificação, pela satisfação ou por qualquer outro mecanismode estímulo venha a executar a leitura em sua vida de maneira natural, disfrutando de todos os prazeres e conhecimentos que esta proporciona.

As crianças aprendem desde o momento que vêm ao mundo, então cabe a quem as recebe criar um ambiente estimulante e exemplar.

REFERÊNCIAS:
Silva, Ezequiel Theodoro da. O Ato de Ler / 8° ed.
São Paulo: Cortez,2000.

Silva, Ezequiel Theodoro da. Leitura e realidade brasileira / 5° ed.
Port Alegre: Mercado Aberto, 1997.